Alunos propõem políticas de combate à violência contra mulher na escola

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Em visita à Assembleia Legislativa na tarde desta quarta-feira (3), alunos da Escola dos Sonhos, do bairro Vargem Grande, no Norte da Ilha, entregaram aos parlamentares uma carta aberta com proposições de políticas públicas voltadas aos Direitos Humanos, em especial aos direitos das mulheres. O documento, elaborado pelos próprios estudantes, traz propostas para que a violência contra a mulher seja debatida no ambiente escolar.

Acompanhados pela professora de artes Raysa Farias, os 14 alunos do nono ano da escola participaram da reunião da Comissão de Direitos Humanos e visitaram alguns gabinetes da Casa.

“Essa discussão toda tem razões concretas para ser debatida, porque se isso é uma iniciativa de estudantes de uma escola de bairro, é porque eles conhecem e vivem essa realidade e querem uma mudança nessa realidade. Então, a gente vê que precisa mesmo falar sobre esse assunto em todos os ambientes, e mais que em qualquer outro, nas escolas”, afirmou a deputada Marlene Fengler (PSD), que recebeu os jovens em seu gabinete.

De acordo com a professora Raysa, a escola desenvolve projetos paralelos às atividades curriculares, onde os alunos devem pesquisar sobre variados assuntos. No último mês, os jovens escolheram estudar a cartilha de Direitos Humanos e elegeram a temática do feminicídio como principal pauta a ser debatida.

“Pesquisamos os direitos humanos e dentro dessas questões vimos o feminicídio como um tema que precisa ser trabalhado dentro das escolas. Com isso, começamos a pensar na possibilidade de criar rodas de conversa, seminários e levar isso para a comunidade, que não poderia ficar só na escola, temos que levar isso para fora porque isso acontece com outras famílias. Para sanar essa questão do feminicídio, temos que começar a tratar na raiz do problema, então viemos aqui na Assembleia trazer uma carta que propõe políticas públicas que tragam essa temática para as escolas”, detalhou a professora.

O aluno Yan Manica Oehling, de 14 anos, disse acreditar que, rodas de conversa, seminários, elaboração de folders e atividades voltadas às crianças podem ajudar a conscientizar a população sobre a violência contra a mulher.

“A gente fez uma pesquisa na escola, entrevistamos alunos e muitos perceberam que o assédio pode levar ao feminicídio futuramente. Na minha família sempre tivemos essa consciência mais forte, mas tem gente que o machismo existe em casa, essa questão da superioridade do homem em relação ao mulher, e isso tem que acabar desde o começo. É importante conversar com as pessoas desde criança para já irem ganhando consciência, mas de uma maneira não tão séria, por isso a questão das rodas de conversa, folders, nós fizemos um folder, conversas mais voltadas para crianças e adolescentes”, destacou o aluno.

Ao final da visita, o presidente Julio Garcia (PSD) recebeu os estudantes em seu gabinete para a entrega da carta e um bate papo sobre a importância de se discutir temas como esse no ambiente escolar.

“Além da atividade curricular, eles estão se preocupando com temas importantes, temas atuais, como é o caso do feminicídio. E, sem dúvida, isso é muito importante porque, além das atividades normais da escola, do aprendizado, do currículo que eles cumprem, as professoras ainda passam uma atividade extra para que eles aprendam sobre a vida. Certamente, se todos tivessem aprendido desde cedo certa lições como esta, nós teríamos uma sociedade melhor, com menos problemas como esse. A Assembleia apoia todos esses tipos de iniciativas porque a convivência,
essa interação da sociedade com a assembleia, e vice-versa, é que faz o apuramento ser mais vibrante, mais importante na vida das pessoas”, frisou o presidente.

Com a colaboração de Carolina Lopes/Agência AL

Redação
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