Bancada do Oeste debate situação da região com empresários

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A situação da saúde e as medidas para a recuperação da economia do Oeste de Santa Catarina foram os temas principais de uma reunião ampliada online da Bancada do Oeste da Assembleia Legislativa com empresários da região, na tarde desta quinta-feira (28).

No encontro – capitaneado pelo coordenador da Bancada do Oeste, deputado Mauricio Eskudlark (PL), e pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), Nelson Akimoto – empresários e parlamentares demonstraram preocupação com a possibilidade de fechamento do comércio e de agroindústrias e alertaram para os graves prejuízos econômicos que uma medida como essa poderá causar.

Eskudlark defendeu que eventuais paralisações de setores econômicos sejam definidas localmente, com maior autonomia de decisão dos prefeitos. “Não pode ocorrer como em São João Batista, onde já tem mais de 3 mil desempregados e o primeiro caso de Covid -19 só foi registrado na semana passada”, destacou o deputado.

O deputado Nilso Berlanda (PL) defendeu que o comércio siga as mesmas regras impostas aos supermercados, com restrição no número de clientes e cumprimento de exigências sanitárias. 

O presidente em exercício do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó se mostrou preocupado com a possibilidade de fechamento do setor. “O prejuízo não é só para o comércio, mas para a toda a cadeia produtiva”, avaliou.

O empresário Gelson Dalla Costa alertou para problemas econômicos pós-pandemia. “Se fechar atividades econômicas, vai passar a pandemia e matar muito mais CNPJ e CPF. Atividade econômica e saúde precisam andar juntas”, disse.

Da mesma forma, a possibilidade de fechamento de agroindústrias acendeu o sinal de alerta na economia do Oeste. O deputado Altair Silva (PP) quer que o governo do Estado se comprometa a não fechar empresas do setor, desde que se cumpram exigências sanitárias. “Isso quebraria a economia da região”, disse.

Para a deputada Luciane Carminatti (PT), os setores de comércio e de serviços se adequaram bem às exigências sanitárias e de distanciamento social e tiveram resultados positivos. Segundo a parlamentar, os frigoríficos também estão tendo muito cuidado e conseguiram segurar bem a queda da arrecadação no Estado.

Transporte coletivo
Mauricio Eskudlark defendeu a volta do transporte coletivo com limitação de 50% da capacidade e subsídios por parte das prefeituras. Segundo o deputado Coronel Mocellin (PSL), esse modelo já está em funcionamento em Curitiba (PR).

No entanto, Luciane Carminatti disse ter dúvidas a respeito de uma volta do transporte coletivo. “Como o motorista, sozinho, vai segurar passageiros na porta? Em dias de chuva e frio, como vai deixar passageiros sem entrar? É fácil dizer para abrir tudo, mas tenho dúvida por causa de algumas situações”, ressaltou.

Dificuldade no crédito
Nilso Berlanda cobrou que o governo proponha alguma facilitação para quem paga em dia o ICMS. “Ficamos 15 dias parados em março e outros 15 dias em abril. Não existe uma proposta para quem paga o ICMS em dia. O governo tem que propor um parcelamento, para flexibilizar o pagamento e aliviar o caixa”, afirmou o parlamentar, que também é empresário do comércio e disse estar “sentindo na pele a falta de faturamento, capital de giro e acesso a crédito”.

Segundo Berlanda, o Badesc tem dificultado a obtenção de crédito. “O Badesc enrola a indústria e o comércio. Eles têm que mostrar para quem estão liberando recursos”, cobrou.

Luciane Carminatti e Marlene Fengler (PSD) revelaram que chegaram a conversar sobre o assunto com o diretor presidente do Badesc, Eduardo Alexandre Corrêa de Machado, e que o problema é a falta de dinheiro para atender à demanda. “O Badesc tinha R$ 50 milhões disponíveis, mas os pedidos chegaram a R$ 400 milhões”, disse Marlene Fengler.

De acordo com a deputada, a agência de fomento catarinense trabalha para conseguir recursos com o BNDES e organismos internacionais. “Eles querem conseguir pelo menos R$ 200 milhões”, afirmou.

Respiradores
Altair Silva disse estar na luta para conseguir mais respiradores para a região. “Deve ter 31 no Hospital Regional do Oeste. Amanhã o governador deve entregar mais 10, fornecidos pela WEG”, afirmou. Segundo o deputado, é preciso “manter cobrança permanente” sobre o assunto.

Coronel Mocellin ressaltou que o Ministério da Saúde queria levar 500 respiradores para Brasília, mas que os aparelhos ficaram em Santa Catarina.

Os R$ 100 milhões previstos para construir o hospital de campanha de Itajaí – que não será mais erguido – poderiam, de acordo com Mauricio Eskudlark, equipar outros hospitais por todo o Estado. “Poderíamos também destinar ao Badesc, para reerguer a economia”, sugeriu.

Dengue
O empresário Ricardo Urbancic alertou para o crescimento do número de casos de dengue no Oeste. “De dez cidades catarinenses com epidemia de dengue, sete são no Oeste.”

Ele pediu que a Assembleia Legislativa interceda para reverter o que chamou de “engessamento” pela vigilância sanitária do combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Nova reunião
Uma nova reunião ficou pré-agendada para o dia 10 de junho. De acordo com o empresário Nelson Akimoto, o próximo encontro deverá discutir a infraestrutura da região.

Redação
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