Câmara aprova Projeto que incentiva prática de Educação Física adaptada nas escolas de Itapema

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Projeto aprovado pelos vereadores quer garantir que escolas de Itapema promovam a inclusão de alunos também na prática de atividades físicas. Iniciativa já é realidade em diversas cidades brasileiras

Foi aprovado ontem (13/04), pelo plenário da Câmara de Vereadores de Itapema, o Projeto de Lei nº 26/2021, de autoria do vereador Wanderley Dias (PSD), que dispõe sobre a implantação de um programa educacional voltado para a inclusão de estudantes com deficiência na prática da Educação Física, com a chamada Educação Física Adaptada.

A aprovação unânime demonstrou a relevância do projeto, já que a inclusão ainda não é realidade nas escolas e nas cidades em que vivemos. O vereador Ley Dias conta que visitou várias escolas, e pôde perceber o isolamento de alunos com deficiência. “A criação de uma lei que obrigue a criação desse programa nas escolas do município, é uma forma de mudar essa realidade. Deficiência não é doença, e temos que buscar a inclusão de todos”, argumentou o vereador.

O projeto segue agora para análise do Poder Executivo (Prefeitura), que deve manifestar seu parecer sobre a matéria, com a sanção (aprovação) ou veto dela. Segundo determina o projeto de Lei, a regulamentação do programa para sua implementação, será responsabilidade da Prefeitura.

Diretrizes do Projeto que pode virar Lei Municipal:

I – garantir a inclusão do estudante com deficiência nas atividades da educação física escolar;

II – promover a capacitação de professores da área de educação física para aplicação deste programa de inclusão social;

III – garantir a adequação dos espaços físicos das escolas nos termos da legislação vigente no que tange à acessibilidade; e

IV – promover o atendimento educacional no que diz respeito à educação física escolar.

CASE: Professor brasileiro ganhou prêmio em 2018 ao criar projeto Educação Física Adaptada

Conheça abaixo a história inspiradora do professor da rede municipal de ensino da pequena cidade de Corrente, no Piauí, Leandro Coelho de Deus Lima, que ganhou o prêmio “Professores do Brasil 2018”, em reconhecimento a criação e implantação do projeto “Educação Física Adaptada: análise, reflexão, ação”.  

*Inclusão: com Educação Física adaptada, professor ensina sobre acessibilidade

O professor Leonardo Coelho fez com que alunos vivenciassem realidade de pessoas com deficiência no interior do Piauí. Inspirado pelas obras de Paulo Freire, Leonardo percebeu a importância de levar para dentro da escola uma abordagem crítica dos conteúdos com o intuito de conectar a sala de aula aos anseios da comunidade. “Quando comecei a conhecer um pouco melhor as mazelas que afligem a população do município, percebi o quanto as pessoas com deficiência eram negligenciadas no dia a dia devido à falta de acessibilidade”, lembra.

Leonardo conversou com seus alunos do Ensino Médio e propôs a prática de alguns esportes adaptados para pessoas com deficiência, como o Golbol e o Voleibol sentado. Mas, a ideia era ir além do viés esportivo. O que o educador queria era problematizar o conteúdo e discuti-lo de forma crítica. Ele lembra que, a princípio, a resistência dos alunos foi grande. “Eles não estavam habituados a ter que ler, discutir e refletir na aula de Educação Física”, recorda. No entanto, a partir da primeira etapa do projeto eles perceberam a relevância da proposta e como eles poderiam transformar a realidade local, de modo que o engajamento nas atividades foi natural.

*Como posso desenvolver esse projeto na minha escola?

O primeiro passo para que o projeto possa ser replicado é dialogar com os alunos sobre a necessidade de se trabalhar a formação crítica, segundo Leonardo Lima. Em seguida, é necessário mostrar aos alunos a relevância da proposta. A dica é falar com os alunos sobre pessoas com deficiência que eles conhecem (por exemplo: quais as dificuldades eles já presenciaram e como é a vida destas pessoas com deficiência que eles conhecem). O professor garante que “se tiver algum aluno com deficiência na sala é importante ouvir seu relato, pois ele se sentirá acolhido”.

Para introduzir o conteúdo, é importante fazer os alunos vivenciarem uma situação de forma concreta, o que o educador chama de conhecimento encarnado. Neste projeto específico, seria a pesquisa de campo sobre acessibilidade. Desta forma, os alunos conseguem falar com mais propriedade sobre a questão e naturalmente sentem maior interesse em abordar a temática. “Uma vez que o aluno percebe a importância da formação crítica e a relevância da proposta, fica mais fácil para realizar um aprofundamento do conteúdo, de propor a leitura de textos, de ver vídeos e de realizar as discussões. Os alunos já estão engajados”, comenta.

Após esta etapa, professor e alunos pensam em como eles podem intervir nas situações problema diagnosticadas nas etapas anteriores. Esta intervenção pode ser por meio de uma audiência pública, de uma passeata, de uma palestra dos próprios alunos em outra escola, por meio de uma ação conjunta com instituições do município que tratam da questão (direito das pessoas com deficiência) ou até mesmo por meio da produção de um documentário pelos próprios estudantes. 

*(fonte: site novaescola.org.br)

Redação
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