Como a tecnologia está engajando colaboradores no meio corporativo

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Em tempos de crise, é comum que muita gente passe o dia preocupado, durante o horário de trabalho, pensando em problemas do cotidiano que vão além das tarefas corporativas. É uma questão não só para as pessoas, mas também para as empresas, que veem os funcionários perderem produtividade e até mesmo deixarem o local de trabalho em busca de uma vaga que entenda melhor suas dores. É de olho justamente nessa questão que uma série de startups têm começado a oferecer serviços para funcionários de seus clientes, tentando resolver a dificuldade dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, ajudando companhias a atrair e reter pessoas.

Uma das empresas que está apostando no segmento, a catarinense Leve, é liderada por Gustavo Raposo, criador da Arvus, agritech que foi vendida para uma multinacional sueca em 2014, e pelo seu sócio João Zaratine, um dos fundadores da startup ContaAzul, sempre listada como candidata a unicórnio. Fundada em março de 2019 em Florianópolis, a empresa oferece especialistas financeiros para funcionários de seus clientes dos mais diversos setores – ao todo, são 85 parceiros, incluindo nomes como Resultados Digitais, Imaginarium e Puket. 

“Queremos mudar a forma como as pessoas enxergam os benefícios. Assim como todo mundo tem vale alimentação e vale transporte, é essencial ter hoje o benefício do bem-estar financeiro nas companhias”, diz Raposo. Em junho de 2020, a startup levantou um aporte de US$ 1 milhão do fundo Global Founders Capital, que já investiu em empresas como Facebook, LinkedIn e a brasileira Kovi. O valor está sendo usado para aprimorar o produto e também para contratações: de janeiro a setembro de 2020, a Leve multiplicou seu time em cinco vezes, chegando a 21 pessoas.

Controle de tempo
O fim das fronteiras entre casa e trabalho gerou um aumento no nível de estresse e ansiedade de profissionais, por conta da dificuldade de separar o horário de trabalho do tempo livre quando as duas atividades são feitas em casa. De acordo com um levantamento feito pela Oracle e a Workplace Intelligence com 12 mil funcionários de 11 países, as pessoas nunca estiveram tão estressadas e ansiosas. Ferramentas como o Befective, que facilitam a gestão do tempo e das atividades, surgiram como uma forma de oferecer esse apoio à distância.

A solução acompanha as atividades online e offline desenvolvidas pelos colaboradores de forma automatizada e gera relatórios personalizados sobre o tempo dedicado a cada atividade. Com isso, o colaborador consegue organizar suas rotinas de acordo com o tempo que usa para cada tarefa e o gestor tem uma visão clara das ações desempenhadas. “Ter uma ferramenta que permita um acompanhamento do tempo usado em cada tarefa dá visibilidade ao trabalho e ajuda as duas pontas, funcionário e gestor, a se sentirem mais tranquilas, identificando possíveis gargalos e garantindo que o tempo no trabalho será suficiente para atender às demandas”, explica Marciano Verdi, CEO da empresa.

Escuta ativa e contínua
Monitorar continuamente o clima organizacional já era uma das bandeiras da startup Pulses, que tem soluções para ajudar os líderes a acompanharem frequentemente os índices de engajamento dos colaboradores. Com a pandemia, essa necessidade ficou ainda mais evidente. “Em um cenário onde tudo muda o tempo todo, é necessário adotar uma gestão de pessoas contínua, medindo sempre clima, engajamento, performance. Essa já era uma tendência para a gestão de pessoas que foi acelerada com o isolamento, porque fica mais difícil medir o humor e a produtividade das pessoas a distância”, comenta Cesar Nanci, CEO da Pulses.Essa abordagem de continuous sensing, que é entender continuamente o clima da empresa através de pesquisas semanais ou quinzenais, traz dados rápidos e concretos para os líderes, que podem atuar de forma muito mais ágil e assertiva sobre o que precisa ser melhorado na organização. Cesar ressalta que essas ferramentas são essenciais para um momento de crise, mas vão além disso. “Já é fato conhecido que as empresas que investem em programas de saúde mental têm índices menores de turnover e absenteísmo. Com uma escuta ativa e contínua, o colaborador sente que a opinião dele importa para a empresa, o que diminui níveis de ansiedade e aumenta os de engajamento”, define.

Identificar falhas e melhorar performance
Um dos desafios das corporações também é melhorar a performance dos colaboradores e engajá-los nos treinamentos obrigatórios, principalmente os relacionados à prevenção de acidentes de trabalho. Plataforma como a da Sábios, uma edtech que desenvolve soluções de educação com inteligência artificial, permite que os funcionários realizem experiências imersivas de forma gamificada pelo celular ou computador, no melhor horário para eles e de qualquer lugar. Com isso, os gestores conseguem acompanhar em tempo real o desempenho da equipe, mapear gaps em cultura, comportamentos e competências (CHA – conhecimentos,  habilidades e atitudes) e, dessa forma, elaborar estratégias para eliminá-los.

Demetrius Lima, CEO e cofundador da Sábios, explica que o uso de tecnologias imersivas vem crescendo nos últimos anos, principalmente pelos bons resultados no aumento do engajamento e maior retenção do conteúdo. “Ao passar por uma experiência o nosso cérebro absorve, analisa, gera hipóteses e depois age. Mas nós temos um sistema límbico, que mexe com as emoções e isso explica porque cada pessoa reage de uma forma diferente diante da mesma situação. A metodologia que utilizamos faz com que o cérebro seja treinado para que, quando a pessoa se deparar com determinada situação concreta, ela consiga lidar com a sua emoção e agir da forma correta, pois o cérebro já estará treinado para aquele momento”.

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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