Deputado alerta para redução das doações de leite materno devido à pandemia

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Com a pandemia de Covid-19, alguns bancos de leite humano de Santa Catarina registraram queda de 50% nos estoques e buscam estimular o retorno à doação como forma de salvar vidas de crianças com baixo peso que lutam pela vida em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e em maternidades, alerta o deputado Fernando Krelling (MDB). Ele é autor da lei que insere no calendário de datas e festividades de Santa Catarina o Maio Branco.

“Queremos enfatizar a importância da doação de leite materno humano, sensibilizando a sociedade e divulgando campanhas que mostrem a importância desta doação na promoção da vida destes pequenos recém-nascidos”, justificou Krelling.

O parlamentar destaca que a atuação dos bancos de leite humano é de grande eficácia, propiciando a doação do alimento aos lactentes que não possam ser amamentados diretamente. “Além de prover a quantidade adequada de leite materno para esse fim, esses bancos obedecem a normas de higiene que asseguram a qualidade do leite disponibilizado aos lactentes.”

Conforme Krelling, o leite materno é o melhor alimento para bebês até os dois anos de idade, favorecendo o crescimento e desenvolvimento adequado. Em alguns casos, a criança nasce prematura e a mãe não consegue amamentar, mas mesmo a criança que fica internada precisa desse leite para se recuperar, e essa é a maior importância da doação de leite materno: ajudar a dar a vida para outros bebês.

Ele explica que, antes de ser distribuído, todo leite coletado nos bancos passa por um rigoroso controle de qualidade e é fornecido de acordo com as necessidades de cada criança.  “Assim como nos bancos de sangue, as doações de leite humano caíram significativamente, fazendo com que os estoques praticamente zerassem. Este é mais um reflexo da pandemia da Covid-19. É preciso agir para incentivar as doações tão importantes para estes recém-nascidos.”

Ainda segundo o deputado, um único litro de leite materno pode servir para alimentar até dez bebês. “Muitas vezes as mães destes pequenos não têm quantidade de leite materno necessário para o desenvolvimento do bebê ou não conseguem amamentar. Por isso, a doação de leite materno humano é essencial”, disse.

Doação

Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno, basta estar saudável e não estar tomando nenhum medicamento que interfira na amamentação. Quem quiser doar, pode procurar o banco de leite humano mais próximo ou ligar para o Disque Saúde, pelo número de telefone 136.

“Primeiro a gente precisa conscientizar que o leite que a mãe tira não vai faltar para o seu bebê. Segundo, que qualquer quantidade é suficiente. Às vezes as mães podem pensar que meio pote é pouco e por isso não vale a pena doar. Mas um pote pode alimentar até dez crianças”, reforça Krelling.

Campanha

A enfermeira-chefe do Banco de Leite Humano do Hospital Regional de São José, Ângela Huber, confirmou a diminuição na doação de leite e que a entidade esta desenvolvendo uma campanha para aumentar o número de doadoras. “Tínhamos uma média de 15 a 20 doadoras, mas atualmente, devido à pandemia, o número é de dez doadoras.”

Ela reforça que, por parte da família dos receptores, não há motivos de preocupação. Durante a triagem, um dos critérios de doação é que lactantes ou nutrizes estejam saudáveis, sem nenhuma doença infectocontagiosa.

O primeiro passo para se tornar doadora de leite é entrar em contato por telefone com o banco de leite mais próximo. A equipe de saúde realiza um cadastro de doadora e fornece todas as orientações para coleta e armazenamento do leite ordenhado. Uma dica é sempre ter em mãos os últimos exames realizados no pré-natal para que os médicos possam avaliar os dados.

Quando os dados de saúde e hábitos de vida são aprovados, a equipe do banco entra em contato com a doadora e agenda uma visita à residência para o dia seguinte. A partir disso, a doadora recebe, semanalmente, a visita da equipe de coleta para a retirada do leite ordenhado e ganha novos frascos vazios e esterilizados.

Apelo

Santa Catarina conta com 13 bancos de leite humano e nove postos de coleta. A representante da Associação Brasileira de Aleitamento Materno (Abam), enfermeira Sônia Silva, faz um apelo para que as mães continuem doando leite durante a pandemia de Covid-19, período em que muitos bancos enfrentam redução nos estoques.

Sônia Silva destaca que para doar não é preciso sair de casa e garante que todo o procedimento é seguro, tanto para mães que doam como para os bebês. “Por exemplo, em São Paulo deu uma redução de 60% nas doações de leite humano e com certeza aqui no estado também ocorreu. As mães não precisam se preocupar quanto à questão da pandemia, porque o profissional da saúde do hospital vai até ao domicílio da doadora com todos os cuidados de higiene e de prevenção em relação à Covid.”

Importância

O pediatra Cecim El Achkar, conhecido como Tio Cecim, em Florianópolis, um dos idealizadores do Congresso Catarinense de Aleitamento Materno, realizado anualmente na Assembleia Legislativa, destaca a importância da amamentação para o desenvolvimento das crianças e das mães. “Esse leite é mais que um alimento, é um tratamento, pois possui todos os nutrientes e anticorpos que colaboram para a imunidade dos bebês.”

O aleitamento materno confere segurança emocional, estreitando o vínculo entre mãe e o filho, construindo um momento insubstituível. As carícias da mãe, ao amamentar, além de intensa sensação de prazer, vão progressivamente dando à criança a configuração do seu próprio corpo, permitindo o estabelecimento de limites do seu eu devido ao contorno que lhe é proporcionado pelo corpo materno, observa o pediatra.

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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