SEM “DEBATE DE IDEIAS” NÃO HAVERÁ EVOLUÇÃO

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Editorial: Há um dito popular que política, religião e esporte não se discutem, essa frase parte da premissa de que esses três assuntos são tão polêmicos, temas tensos, complexos, que a simples tentativa de uma troca de opiniões pode imediatamente drena a racionalidade e transformar um simples bate papo em uma briga de UFC.

Vivemos numa era em que você ouve pessoas dizendo coisas como “política não se discute”, “religião não se discute”, “BBB não se discute”, “briga de casal não se discute”… Mas, com o passar do tempo não apenas esse tipo de conceito sobre “não-discutibilidade” de certos assuntos pontuais quase se tornaram uma cultura, de que temas delicados não se discutem e por estes detalhes a ignorância tem ganho espaço em nossa sociedade.

Nos grupos de redes sociais constatamos que uma grande maioria preferem não se manifestar sobre diversos assuntos do cotidiano, quando levantada a questão do porquê, vem a resposta de praxe, “isso ou aquilo “eu” não discuto”.

Nas eleições presidências de 2018, este fenômeno, se materializou, quando candidatos a presidentes e governadores se negaram a participar de debates, as faltas dos debates e de ir aos debates põem em xeque os programas e as habilidades dos futuros gestores de governar, ouvir as ideias, debater, contestar, reconhecer, convencer é a habilidade natural do político e do religioso quem pretende liderar um conjunto de projetos fundados em suas ideias em favor dos liderados.

Quando negamos ao debate de ideias, ou logo, entramos em conflitos com portador de um assunto emblemático é um mau sinal, então, logo vem na memória o velho dito, não discuto política e religião, porque é um conceito politicamente incorreto? Ledo engano, para abordar este tema que muitos avaliam como politicamente incorreto, abordamos a frase conhecida como a “trave” que fora construída; “Somente os tolos acreditam que política e religião não se discute. “Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar”, de Alexandre Boarro.

Este é um tema que necessariamente deve ser levado em consideração, há cerca de dois séculos, religião e política caminhavam juntas, com a revolução do iluminismo, a coisa começou a mudar quando o Iluminismo propôs que o Estado deveria ser laico, ou seja, pautado pela lógica racional. Esta filosofia animou várias correntes que quando chegaram ao poder limitaram a influência política das religiões.

Noutro modo, surgem os fundamentalistas, com o conceito nascido no EUA, no início do século XX por protestantes do sul daquele país que ao desejarem se diferenciar das teologias modernas elencaram “Os Fundamentos” que um cristão deveria seguir, posteriormente tal termo ganhou também uma acepção quase pejorativa ao ser aplicado a grupos radicais islâmicos.

Os medos foram que gradativamente sendo implantado nos tecidos sociais, em vez, trazer ao debate os temas e permitir que as mentes fluíssem, encurtar caminho seria e vem sendo as melhores das opções, “não discuto” não por desconhecimento, mas por medo das retaliações, no geral, os medos geram as frases, “manter distância conserva os dentes”, “boca fechada não entra mosquito”, “não discuto política e nem religião”.

Os progressistas da modernidade, os contemporâneos, suscitam que as desigualdades são desnaturalizadas e vistas como decorrentes de questões de um sistema social e econômico que atenta contra os princípios da religião. Traçam uma distinção entre a religião que se preocupa com os “oprimidos” e uma religião institucional que ajuda a manter os privilégios de quem esteja no poder.

Com isso, as frases e bordões estão impregnados na cultura, e por esta razão, e em tese, comunidades, povos, nações que não debate abertamente o tema, tende a parar no tempo, isso também, vale para que se omite ao debate, uma pesquisa revela que a liberdade de praticar uma (ou nenhuma) religião é um dos pilares da democracia, mas ela também pode levar a consequências econômicas negativas e crescimento menor se não tiver seus excessos contidos.

Esta é a conclusão de um estudo apresentado na Georgetown University por Shaomin Li, da Old Dominion University, Ilan Alon, da Rollins College, e Jun Wu, da Savannah State University. Para medir estas duas variáveis, eles utilizaram uma pesquisa de diversidade religiosa do Pew Research Center realizada em 200 países e cruzaram com dados de crescimento do PIB e do PIB per capita. O resultado mostrou que, quanto maior a restrição geral e horizontal e menor a discriminação do governo entre as diferentes religiões, maior é o crescimento econômico.

Balizado o tema, vale observar que a liberdade de expressão religiosa, encontra fundamento no ano artigo 5º, VI da Constituição Federal, deste modo, observamos, que não há guarida aos ditos populares de que isso não discuto por ser tema delicado, as sociedade que ousaram abordar os temas evoluíram em relação as que fundamentaram as regras e com elas impedem a fluidez das ideias e da implementação do conhecimento, “conhecereis os resultados das pesquisas fundamentados nos estudos das ciências humanas e espirituais quais elevarão as práticas, eficientes, que libertará os “tolos” das ignorâncias e os farão livres”, resumindo, não há verdade sem conhecimento, quem não tem conhecimento prefere o anonimato “não ao debate”, preferem o “não discuto”, então, elas até pensam, mas não existem!

José Santana – jornalista

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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