Prédio ainda conta com estrutura precária e carência de material de trabalho
Não é de hoje que os servidores do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) sofrem ameaças e trabalham com medo
O que deveria ser o cartão de visitas da Secretaria de Assistência Social é hoje uma prisão. Com janelas gradeadas e porta trancada a equipe trabalha com medo e não são poucas as vezes que sobra desespero.
Uma denuncia fez o SISEMCAM visitar o local e a constatação de quase 100% dos servidores que o prédio está deficiente e por muito tempo o que paira é a insegurança.
“Os próprios usuários do Centro que nos ameaçam, ou traficantes que vendem drogas para os nossos pacientes”, disse um servidor.
Outro servidor relatou que já foi “seguido e teve o carro todo riscado”. Os relatos vão de ameaça com faca, foice e até espeto.
Além de escutar os servidores a presidente do SISEMCAM, Luciana Sobota, constatou que o prédio do CRAS tem apenas uma porta de entrada e saída, a que dá para a rua Monte Neblina, no Bairro Monte Alegre. Não há extintores e nem saída de emergência. Os banheiros têm fortes odores e um deles não funciona.
“Se pegar fogo aqui na frente como os servidores e usuários vão fugir ou apagar o fogo?”, lamentou Luciana. “Tem infiltração nas paredes deixando o lugar ainda mais úmido e com cheiro ruim e os servidores não tem as mínimas condições de trabalho, nem o básico”.
O básico que a presidente do SISEMCAM comenta é o material de expediente, como resma de folhas sulfite, ou ainda um carro para levar os profissionais para as visitas. Quando perguntados sobre como iam as visitas, todos foram unanimes: “usamos nossos carros particulares ou não vamos”.
“Há ainda perseguição política, assédio moral de cargos comissionados sob as voluntárias e de cargos de chefia aos servidores. Isso aqui é desumano”.
“Há secretária de Assistência Social ignora as nossas solicitações, inclusive as por escrito”.
🔹UM DOS CASOS foi de um usuário, paciente com doença psíquica, diagnosticada a esquizofrenia e psicopatia, além de pensamentos homicida e dependente químico. Ele ficou preso por homicídio durante 32 anos, internado diversas vezes no hospital de custódia e da última vez que esteve no CRAS por pouco não cometeu mais um crime.
Apesar de conseguirem se proteger do atentado, a polícia disse que pouco pode fazer a respeito. Já o município quando ficou ciente do caso nada vez para garantir a segurança dos servidores.
“É importante que o prefeito analise com atenção esse problema e providencie um segurança para assistir o CRAS durante o expediente”, orientou a presidente do SISEMCAM.
🔸CRAS 🔸
Com base nesta Constituição, em 93 foi criada a Lei Orgânica de Assistência Social e mais de dez anos depois, em 2004 foi instituída a elaboração do SUAS – Sistema Único de Assistência Social, com finalidade de regulamentar os serviços, benefícios, programas e projetos desenvolvidos no âmbito social municipal.
Trabalham no CRAS do Monte Alegre assistentes sociais e psicólogos, além dos funcionários administrativos. São eles os responsáveis por buscar meios de ajudar pessoas em situação complicada. São esses servidores que podem, por exemplo, prestar auxílio para solucionar o problema de indivíduos desabrigados, refugiados, vítimas das drogas, em condição de extrema pobreza, risco, marginalizados, abandonados, etc.
Informações: Sisecam – Sindicato dos Servidores Municipais de Camboriú